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Postado por : Robert Melo segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Hoje eu abri uma foto sua em uma rede social e pensei... Nossa, eu já sorri demais olhando isso.
Você era a motivação mais linda dos meus sorrisos. Se algum dia eu já dormi sorrindo e acordei com disposição para seguir o dia, foi por sua causa; por causa dessa sua foto, com a qual eu já peguei no sono olhando, e hoje volto a vê-la e não sinto exatamente nada.
Por quê?
Por que você tinha que morrer?
Por que você tinha que matar todos os sentimentos que eu tinha por você, e me obrigar a morrer junto?
Por que você tinha que me obrigar a fingir que estava tudo bem, quando meu mundo desabava?
Vontade de te esmurrar. De te dar uns tapas bem dados e dizer "por que você fez isso comigo, seu cretino?" Vontade de te dizer que suas piadas nunca tiveram graça, mas eu sorria por te amar. Vontade de dizer que você nunca me surpreendeu. Nunca. Mas eu não consigo. Não consigo nem parar de pensar em você, mesmo que seja pensando algo ruim, viu só?
E quando eu procurava novos amores, eu procurava pensando em você, imaginando que era você na minha frente, mesmo sabendo que isso seria impossível depois de tudo que aconteceu. Então eu te imaginava na minha frente brigando comigo, tendo ódio. Porque ódio é um sentimento, e é bem melhor que a indiferença.
Você... você, que já foi meu futuro imaginado, meu príncipe de conto de fadas, hoje não passa de uma foto em uma rede social. E quer saber se eu estou bem sozinho? Claro que estou. Eu sou feliz! Eu só não sei porque eu continuo vindo aqui.
Por que eu ouço músicas que falam de tristeza?
Por que eu penso em você quando encontro um novo alguém?
Você não vale isso. Mas eu faço e continuo fazendo. Como uma cerimônia de luto, eu continuo à risca. Mas você não morreu completamente, teve apenas um ataque do coração, e pode ser reanimado se meu coração quiser. Mas ressalto, você não vale isso, até porque está aí, vivendo sua vida, feliz, sem sequer olhar minha foto em uma rede social.
Por que eu não consigo ser como você?
Eu entendo. Entendi o que ninguém mais entendeu. Fiz do jeito que todos esperam que seja. Permitia que você escolhesse qual filme assistiríamos, com medo de que uma escolha minha lhe fosse entendiante. Deixava você decidir se o passeio seria no parque ou no shopping, para que você se sentisse agradado com o local. Deixava minhas tristezas no bolso para tentar cuidar das suas. Mas não foi suficiente. Eu me anulei, deixei de me amar para que todo meu amor fosse só seu. Ah, eu aguentei muito. Ajuntei do chão migalhas do seu amor, ora calmo, ora avassalador, onde, durante o dia, me amava como se o mundo fosse acabar, e durante a noite mal lembrava de mim.
Ah, por favor... Você é meu personagem preferido, dono de todos os meus textos e poesias. E agora eu tenho que dizer isso somente para uma foto em uma rede social.
Você era o presidente. Seu cargo era o de Membro Honorário do Conselho, tinha tapete vermelho para entrar na minha vida. Eu me vestiria até de faxineiro se te agradasse. Mas você pediu demissão - e pior - sem aviso prévio. E agora, como viver em plenitude com essa ponta de angústia na minha mente?
Saiba que eu sou feliz, cara! Eu sou feliz demais. Só deixo de ser feliz quando penso em você, em tudo que podia ter sido e não foi. Eu sei que não deu. Sei também que não dá, e eu não quero que dê! Não quero mais. Mas eu não sei o que fazer com esse nó. Vai passar, né? Eu sei. Algum dia alguém vai ocupar o cargo que era seu, e eu vou parar de olhar sua foto em alguma rede social. E aí sim eu vou entender que o universo reservava coisas melhores pra mim, e que seu destino era morrer. Só espero que morra logo, pois, as vezes, a vontade de te ressuscitar me domina.

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